Combinados a combinar
25/10/12 12:25Em casa temos alguns combinados, que facilitam principalmente a vida da mãe que vos escreve na hora de dar broncas e por ordem no galinheiro. Nunca fui uma pessoa muito durona, sempre cedi em contendas e disputas, então, durante a gravidez, a perspectiva de ter que educar uma criança era um pouco aterradora, mesmo tendo Surica, a cachorra louca, como piloto de testes educativos.
Acho que estou me saindo mais ou menos bem, quero dizer, até agora não tivemos nada muito dramático e o Benjamim reclama um pouco mas obedece, põe a mão na boca na hora de tossir, sabe usar guardanapo e pede desculpas a torto e a direito.
De todo o arsenal que criamos para lidar com a gnomada, acho que os “combinados” são os mais úteis. Combinado não sai caro, é o ditado mais praticado por essas bandas e o Benjamim já aprendeu. Eles servem para domar a minha fraqueza nas contendas, para me lembrar que o adulto é que tem que decidir as coisas por enquanto, e para momentos em que a gente quase cede à nossa própria preguiça de educar (infelizmente essa preguiça é mais comum do que a gente imagina).
Aqui em casa os principais combinados são: Pucador (computador) só nas quartas feiras, durante uma hora, depois do banho e da janta (acho que eu já tinha falado disso aqui antes). Doce, só no fim de semana. Chiclete só depois dos sete anos (não sei se esse eu vou conseguir ganhar, mas enfim, a gente tenta). E tudo o que eu prometer e combinar, tenho que cumprir, mesmo que não goste.
Toda vez que o meu filho vem com aquele olhar melífluo, a vozinha mais fininha e um sorriso besta no rosto, é batata, o cara vai me pedir alguma coisa que ele sabe que não pode naquela hora ou que não pode mesmo. Ele chega como quem não quer nada, faz um afago e começa. A cara de pau é felomenal e talvez seja isso que faça a coisa toda ser irresistível. Mas aí o combinado vem para me salvar, porque o combinado é como um contrato, as duas partes aceitaram os termos, os dois deram sua palavra, então, se eu dou pra trás, o outro vira cúmplice e a sensação para os dois lados é péssima. Aí, com essa culpinha, fica beeeeeeem mais fácil de dizer NÃO!
Por isso, faça combinados, eles prestam, eles nos ajudam a ser mais firmes, eles estão aí para ajudar! E você? Faz combinados com seus filhos?
Tenho 3 filhos meninos e constantemente combinamos coisas que eles, volta e meia, insistem em fazer de conta que “esqueceram”. Não se passa um dia sem que pelo menos um tente quebrar algum combinado ou faça corpo mole. Ainda assim, não desisto. Educar dá um trabalho do cão!
Muuiiitttooo boomm, Clarice!
opa! que bom te ver por aqui, Álvaro!
Pois é Beth, eles insistem em esquecer, né? Quem disse que ia ser fácil, né? Só no comercial de margarina, né? Afff! Mas é uma trabalheira que recompensa!
Clarice, tenho 3 filhas, 24,16 e 17 anos e até hoje elas sabem que chiclete dentro de casa, nem pensar… mas bem que tentam! E como você disse, quando começam com agradinhos e a voz docinha, já sei que lá vem pedido de quebra de contrato. E nem a idade muda… sempre tentam mudar os combinados, mas saiba que quase tudo o que a gente ensina-combina fica e isso é bom demais, não é? Saber que a gente planta neles com tanto carinho mesmo sendo com tanta incerteza? Educar é duro mas é sempre tentar o trato como você vêm dizendo. Adoro ler seu blog, mesmo com as filhas tão grandes, não perco nada do que escreves. Beijos e parabéns. Maria
Oi Maria! Que legal que os combinados ainda funcionam, mesmo depois de tanto tempo… Eles são umas pestes mesmo… Que bom que você gosta do blog, eu também gosto de escrevê-lo, ehehe! Eu ando numa fase muito boa, em que reconheço as sementes plantadas pelos meus pais lá atrás, e, alternando com as culpas que a gente sempre atribui a eles, consigo me sentir agradecida pelas coisas boas que eles semearam em mim há tantos anos. Talvez só quando a gente mesmo tem filhos é que consegue perceber ou admitir isso, não sei… Espero que você continue a ler e a comentar! um beijo, Clarice
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