Criança na cozinha, sinhá não qué! Por causa da criança eu queimei meu pé!
31/10/12 13:02Por mais que a cozinha seja um lugar, em tese, perigoso para as crianças, venhamos e convenhamos que se é perigoso, é necessário aprender como lidar com esse perigo desde cedo, aprender a não mexer em panela quente, enfiar o dedo em baixo da faca, moer as mãozinhas no moedor de carne, enfim, o básico.
E o básico a gente pode ensinar, aliás, ontem, se não me engano, na coluna da Rosely Sayão no caderno Equilíbrio, ela dizia que as crianças até os 6 anos aprendem sempre que os pais pedem ajuda, portanto pessoal, mãos à obra e comecem a ensinar os gnomos a cozinhar logo cedo. Porque eu tenho a profunda convicção que saber cozinhar é uma espécie de liberdade, a de saber preparar seu próprio alimento, de saber se cuidar. Para poder comer direito quando estiver longe de casa, para saber fazer um arroz, feijão, fritar um bife ou um ovo, ou se for vegetariano, saber fazer legumes gostosos sozinho, hidratar uma proteína de soja, sei lá.
Se a gente come miojo, não dá para esperar que o filho aprenda a comer direito, não é? Por mais gostoso que seja uma tranqueirinha de vez em quando. E aprendendo a cozinhar, aprende-se sobre o mundo, sobre a vida, os tempos, as esperas, valoriza-se de onde vem (eu sei algumas receitas da minha avó de cór e salteado e sinto o maior orgulho cada vez que as passo para frente). E, parafraseando uma das ídalas-mor, a Nina Horta, cozinhar é um modo de se ligar!
Então toca essa criançada pra cozinha, mexer massa, aprender a fazer pão de queijo, biscoito, bolinho, salada de fruta, ensina a mexer com a faca, uma hora todo mundo tem que aprender, ensina a mexer no fogão com segurança. É a maior farra! E são das memórias mais gostosas que podemos guardar.
Pra dar uma animada, vai aqui uma receita de Pão de Minuto do livro do Charlô e da Nina Horta, chamado Charlô em Paris – Uma história de receitas (1999, Ed. DBA) que é muito legal, cheio de receitas boas para quem está começando, seja criança ou adulto. Quando eu saí da casa dos meus pais, usei muito esse livro, porque eu sabia fazer um monte de coisas judaicas complicadas, pão de ló e mil outros bolos mas não sabia fazer arroz… Enfim, escolhi aqui uma receita de pão de minuto, porque pão é sempre uma maravilha, a massa cresce, a casa fica cheirosa com o pão assando no forno e tem algo de primordial em aprender a fazer o seu próprio pão, como se voltássemos para um tempo antigo, onde comemos o que produzimos. O bom de pão de minuto é que é rápido e fácil! Então lá vai:
Pão de Minuto
ingredientes:
- 2 xícaras mais 1 colher de sopa de farinha de trigo
- 1 colher de sopa de manteiga amolecida
- 1 colher de sopa de açúcar
- 1 colher de sobremesa bem cheia de fermento em pó
- 1 xícara de leite
- 1 ovo
- 1 colher de café de sal
modo de preparo:
- misture tudo muito bem na batedeira usando a pá especial para pães;
- ligue o forno por 15 minutos em temperatura média (180 graus C)
- enquanto isso, unte com manteiga forminhas de empada e polvilhe com farinha de trigo. Encha com a massa as forminhas até a metade, para sobrar espaço para os pãezinhos crescerem.
- coloque as forminhas em uma assadeira e leve ao forno por 30 a 40 minutos ou até os pãezinhos corarem. Sirva quentinho com manteiga e geléia.
Sou professor do ensino fundamental I e toda semana eu eos meus alunos da 4ª série lemos a Folhinha e especialmente a coluna cafuné com a cronica da clarice Reichstul.
As cronicas da clarice dãos boas rodas de conversas e discussões com os alunos, pois eles se identificam com as idéias dos textos.
Que legal, Reginaldo! Nossa, que honra! Aceito sugestões, conversas, o que vocês quiserem, aliás, quando quiser conversar, estamos aí! Para mim seria ótimo, porque preciso desse feedback das crianças!
eu adoro suas estoria
sãos bonita
que bom que você gosta das histórias, Kauana!
um beijo,
Clarice