Preguiça de carnaval?
08/02/13 15:58Pré-carnaval e percebi que não escrevi coluna carnavalesca nenhuma. Lembro de quando era criança e aguardava ansiosa o desfile das escolas de samba, passando a madrugada na praia colada numa TV com a imagem cheia de chiados e fantasmas, olhando extasiada as fantasias e carros alegóricos.
Talvez meus pais não tivessem grande interesse pelo assunto, afinal cresci sem achar grande graça na coisa toda. Só pelas fantasias, que acho incríveis até hoje (me dói o coração o fato dos grandes concursos de fantasias não existirem mais com o luxo, garbo e respeito de outrora). O Carnaval serve como bom exemplo de coisas que não necessariamente gostamos mas que em dado temos que escolher apresentar aos filhos, como mamão.
Se eu não gosto, o outro é obrigado a não gostar? Ou no mínimo ignorar a existência? Se eu não como fígado, o meu filho deve comer? Por um lado podemos pensar que não queremos dar para nossos filhos o que não achamos bom para nós, mas privá-los de experiências e gostos porque não gostamos me parece estreiteza mental das bravas.
Seria simplista e irreal acreditar que conseguimos transpor a barreira de nossos gostos para proporcionar uma experiência mais ampla aos filhos, pois sem querer querendo acabamos nos apegando ao que conhecemos, ao que gostamos. E se a gente cavoucar mais lá no fundo, não é assim que plantamos preconceitos no peito dos mais moços?
Bom carnaval pra quem vai viajar, pra quem fica, pra quem ama e pra quem detesta. Só não vale passar o (mau/bom) gosto pro filho por osmose, hein? ;ˆ)