02 de Abril - Dia Mundial de Conscientização do Autismo
02/04/13 14:14Hoje é o dia mundial da conscientização do autismo, disfunção que afeta a capacidade de comunicação, socialização e comportamento em uma em cada 88 pessoas no mundo. É uma patologia complexa, cuja origem pode ser relacionada a genética dos pais, condições ambientais ou mesmo problemas durante a gravidez. A maioria dos casos não é identificada cedo – talvez pela grande variedade de sintomas que a patologia apresenta, cada autista desenvolve um conjunto só seu, o que dificulta a sistematização e acesso ao diagnóstico, assim como essa mesma maioria não tem acesso a tratamentos que possiblitariam um maior desenvolvimento da criança.
De qualquer maneira, se a chegada (ou descoberta) de uma criança autista em sua família já é um desafio grande (que tem dores e alegrias próprias), penso que uma das coisas mais complicadas (olha que eufemismo) é a convivência na escola e em outros ambientes fora de casa. Vivemos numa sociedade em que o diferente geralmente é tratado como errado, feio, vergonhoso. Vemos isso diariamente em todas as searas que envolvem questões de direitos humanos – da pauta LGBTT x Fanatismo Religioso, xenofobia, misoginia, “pobrefobia”, racismos dos mais diferentes estilos.
Aprendemos desde cedo a não respeitar as diferenças, a não aceitar tempos diferentes dos nossos, a não ouvir o que o outro tem a dizer, aprendemos que o certo é nos adequarmos ao esperado, ao normal. Mas já aqui estou viajando e não me atendo ao ponto inicial, talvez porque ainda não escrevi nada sobre a mobilização contra o deputado Feliciano como presidente da comissão dos direitos humanos no parlamento e o que isso tem a ver com os nossos filhos e filhas.
Mas voltando ao assunto inicial, falta informação para todo mundo sobre o autismo, principalmente para quem está à volta. Porque as famílias de autistas são de uma maneira ou de outra obrigadas a buscar algum tipo de informação ou mesmo a aprender na marra como se convive. Mas e o resto? Só tolerância (apesar de eu odiar o termo – sempre me parece que tolerar é aguentar uma coisa de que não gostamos) é o suficiente? É um começo, vá lá. Mas é pouco. É pouco porque não ensina a conviver. E se o autismo é uma patologia que atinge principalmente a questão da convivência e a comunicação, ao não conviver não acabamos agravando a situação?