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Cafuné

por Clarice Reichstul

Perfil Clarice Reichstul é formada em cinema e escreve semanalmente na Folhinha

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Histórias tristes

Por creichstul
09/04/13 14:33

Semana passada fui assistir a uma cabine do filme “Meu Pé de Laranja Lima” adaptado do  livro do mesmo nome de José Mauro de Vasconcelos, um dos clássicos da literatura infanto-juvenil brasileira. Eu não li o livro quando era criança, apesar de ter uma cópia do tal na casa da minha mãe, nem sabia direito qual era a história. Fui para o cinema no escuro, o que é bom.

Chorei pencas.  Litros e litros de lágrimas escorridas sexta feira de manhã num cinema da Paulista. Certamente o livro é tristíssimo, mas fiquei me perguntando se o diretor não pesou um pouco a mão em alguns momentos ao deixar tão explícitas cenas de violência física e humilhação do personagem principal, o Zezé. Enfim, saí do cinema ouvindo a conversa de umas jornalistas que também estavam na sessão discutindo se o filme era ou não para criança, se não era muito triste e talz.

Obviamente me perguntei isso também e a minha primeira resposta, instintiva, era que não, esse não era um filme para crianças, apesar de tratar da infância, era um filme para adultos, porque a violência do pai alcóolatra, dos colegas de escola, irmãos e irmãs do personagem principal era tamanha que eu não conseguia imaginar uma criança assistindo aqui e não ficando traumatizada pela história. Vejam bem, esse foi o meu primeiro pensamento, sem nenhuma elaboração, puramente instintivo.

E ele me fez perguntar a seguinte pergunta: por que diabos nós pais não deixamos ou ficamos tão assustados em colocar nossos filhos diante de histórias tristes ou que tenham um final infeliz? O que é que dá tanto medo? Não queremos ver nossos filhos chorarem? Não queremos que eles sofram? Mas o que é a vida senão uma eterna luta contra o sofrimento, a tristeza e o medo?

Já me perguntei sobre isso quando fomos assistir Frankenweenie e na época precisamos sair do cinema porque todas as crianças conosco estavam com medo. O Benja se recusa terminantemente a assistir o Procurando Nemo porque é “muito triste”. O que fazer numa situação dessas? Quando assistimos filmes juntos e o Benja chora em alguma cena triste, tento explicar para ele que não adianta assistir o filme e parar na cena triste porque senão ela nunca vai se resolver, temos que ir até o fim para ter a alegria do final feliz. Como explicar para um gnomo de 5 anos que a grande graça de ouvir e ver histórias é justamente essa montanha-russa de emoções, essa possibilidade de sentir medo em segurança, ficar triste com o destino alheio, feliz com algo que não existe? Como vocês fazem?


O filme “Meu Pé de Laranja Lima” entra em cartaz nos cinemas no dia 19 de Abril e tem classificação indicativa de 10 anos.

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