contando carneiros para boi dormir
25/04/13 18:19(na imagem acima, o adorável Shaun, the Sheep)
A hora de colocar as crianças para dormir é um tradicional campo de batalha entre os desejos de pais, mães, filhos e filhas. Queremos que eles durmam logo, de preferência sem a nossa ajuda ou colo. Ou quando muito pequenos, bebezinhos de tudo, nos acabamos balançando e acalentando-os até o sono e a bursite chegar.
O método pra lá de aprovado, indicado e blá-blá-blá é contar uma boa história com a luz baixinha, voz lenta e pausada, aquelas coisas. Mas quando a criança é agitada e em vez da história servir como um lento e gostoso guia para o sono, serve para atiçar a curiosidade, a imaginação e (para ódio mortal dos pais da criatura) uma excitação louca e animada?
Minha irmã, mãe de uma adorável e encapetada criatura de 3 anos usa o método de contar carneirinhos com algumas peculiaridades.
Ela começa contando carneirinhos com características físicas: “1 carneirinho, branco, fofinho e macio pulou a cerca…”
“2 carneirinhos magrinhos e sorridentes pularam a cerca…”
e por aí vai até o quinto carneirinho. A partir do sexto é: ” seis carneirinhos, sete carneirinhos, oito carneirinhos…”
Do décimo-primeiro em diante ela simplifica mais ainda e continua a contar: ” 11, 12, 13, 14, 15…” E vai contando com muita calma e tranquilidade até o 37, que é quando geralmente o Antonio dorme. Continua até o 50 para consolidar a parada.
Quando ela nos contou seu método, caímos na risada, afinal, é apenas uma contagem feita com uma voz macia e calma. Mas ela disse que foi a única alternativa que encontrou de fazer seu filho entrar no estado pré-sono sem se distrair e animar com as histórias que ela contava (“história agora só quando o Antonio está muito cansado!” ela disse).
Contei essa história para uma amiga que edita uma revista de yoga e ela achou a coisa mais natural, afinal para ela, a contagem tem um paralelo com um mantra de meditação.
E vocês? o que fazem para por seus filhos para dormir?
Ha. Boa pergunta. Meu filho de 1 ano e 10 meses ama os livrinhos antes de dormir. E a mamadeira. Mas depois disso ainda costuma levar de 20 a 40 minutos (nos dias bons…) para finalmente adormecer. Ontem, dia de desespero – ele já ultrapassava hora e meia agitado na cama -, procurei na internet um ponto de acupressura… e achei! Imediatamente acima do ponto intermediário entre as sobrancelhas. Voltei ao quarto e me atirei com firmeza sobre a cabecinha dele – que lutou no começo, mas depois se conformou. Em 10 minutos, ele estava sonhando. Hoje, me pediu para massagear a testinha… uma fofura! Levou tb uns 20 minutos, mas foi MUITO mais tranqüilo do que aquela excitação alucinada, eu e o pai tendo de controlar nossa frustração etc. Bom, vou continuar a experiência…acho que está valendo a pena!
Que demais Bruna! Espero que o tempo vá diminuindo! 20 minutos já está um luxo, ahahahahaha! Conta depois como é que evoluiu! bjs
oi clarice! atendendo a seu pedido, venho dar as news sobre a evolução. o método continua eficiente – mas leva sempre uns 20 minutos. O problema é que às vezes meu filho não me deixa fazer a massagem em sua testa! (Eu faço movimentos circulares no ponto em questão.) Isso acontece especialmente quando ele mais luta para não dormir…Ele sacou logo o truque e tem hora em que quer, tem hora que não. Enfim, na minha opinião, vale a pena – estou até querendo comprar um livro sobre acupressura em bebês que achei na Amazon. Vc chegou a tentar com o Benjamin?
Abç
OI Bruna!
Olha, eu tentei fazer massagem na testa do Benja, mas ele nunca deixou muito. O que funcionou an época foi um esquema que aprendemos com o pediatra, que é o seguinte: você coloca o bebê no berço, dá boa noite com tranquilidade e firmeza e sai do quarto. Se ele começar a chorar, dali a 30 segundos você volta, diz que está tudo bem, que a mamãe está no quarto ao lado e aí sai novamente e espera 60 segundos. E vai indo e voltando, sempre acrescentando 30 segundo até chegar em 5 minutos de intervalo. Se a criança não dormir até lá, volta a fazer tudo de novo. Pela experiência do pediatra, nunca passou dos primeiros 5 minutos, aqui em casa nunca passou dos 3 minutos de intervalo. Eu acho esse método um bom meio termo, não é aquela loucura da encantadora de bebês, que eu acho pesado, nem é uma coisa que a gente tá ali com a criança no colo. A idéia da ida e da volta é justamente o bebê sacar que os pais não sumiram, estão ali do lado, porque essa vivência é muito terrível e é o comum deles sentirem. Mas ao mesmo tempo, junto com essa segurança, também vai dando um tico de frustração, que é importante também. Em uma semana a coisa se resolve, mas tem que ter a firmeza e a tranquilidade no coração para fazer o processo todo, que é meio pentelho, mas até chegar no espaço de 5 minutos, você gastou os vinte minutos da massagem na testa. E venhamos e convenhamos, ficar 20 minuto fazendo massagem na testa não é o melhor método de ritual de sono, vai que vc tem que fazer isso forévis? (brincadeiras à parte, se esse fosse o ritual de sono do meu filho, eu estava ferrada, jamais conseguiria sair de casa de noite). Enfim, esse método funcionou muito bem aqui em casa. Conta depois o que aconteceu! um beijo, Clarice
Clarice, obrigada pela sugestão, mas na verdade eu já li o livro do Ferber, que sugere isso de ir deixando um pouco sozinho e voltando e progressivamente ir aumentando os intervalos, mas no terceiro dia, interrompi e adaptei para um jeito que me agradava mais. Não eram 30 segundos fora, começávamos com uns 2 minutos, mas o fato é que foi traumático para nós dois. No terceiro dia, passei a ficar meia hora com ele lendo livrinhos no meu colo, daí colocava no berço e eu voltava um pouco depois se ele chorasse. Logo ele não chorava mais, mas ficava brincando no berço uns 20 minutos até dormir. Ele sempre tem que brincar um pouco sozinho antes de dormir… conversando com seus bichinhos, rolando um pouco pelo berço. A coisa ficou boa pra nós. Passamos vários meses ótimos. Raramente ele nos chamava e se recusava a dormir sem motivo (leia-se: fazer cocô. Freqüentemente ele faz cocô lá pelas 22-23hs – e não dorme até fazer.) (Inclusive, quando ele acorda, ele tb gosta de ficar um pouco no berço brincando com os bichinhos de pelúcia, cantando, tranqüilo, e só depois nos chama.) Tudo ia bem até que em fevereiro e março deste ano ele teve 6 viroses, com muita tosse noturna, e trouxemos para nossa cama… (Uma amiga tinha acabado de perder o filho de morte súbita. Horror dos horrores. Meu pesadelo do primeiro ano de vida dele.) Desde então ele só quer dormir conosco e tem demorado um pouco mais pra dormir. A massagem veio como tentativa de acelerar um pouco o processo, mas tem dia que não precisa, que ele dorme logo, e tb não é que fico 20 minutos massageando. Faço uns dois minutos, e depois de uns 20 ele adormece… É verdade que eu tb tenho medo que ele nunca mais queira dormir sem massagem, mas acho que não: provavelmente quando ele voltar pra cama dele, teremos que refazer outro ritual de sono e pronto. Eu penso que os rituais de sono para as crianças pequenas acabam variando de acordo com a fase mesmo. Tem dia que o nascimento do dente atrapalha, a gripe, a viagem, se está começando a se separar da mãe pra ir pra escolinha / ficar com a babá… acho enfim que não existe solução única e universal nem mesmo para a mesma criança… e a massagem na testa veio como um ‘tool’ de urgência. Aliás, minha mãe contou ontem que usou na minha avó, que tem Alzheimer e está internada com quadro de confusão mental por intercorrências clínicas e não dorme – e ajudou tb…. Bjs
Bruna, pelo visto você tem bem mais rodagem do que eu nessa história. É dureza mesmo, a cada mudança, degrau avançado, parece que tudo o que a gente sabia e estava se saindo relativamente bem de repente retrocede e temos que começar tudo de novo. Que legal saber que a sua mãe usou a mesma técnica com a sua avó. A minha avó morreu faz uns 2 anos, depois de mais de 15 convivendo com o Alzheimer. Ela vivia num estado de semi-vigília, não dormia, dormitava, era muito aflitivo. Se na época eu tivesse ligado lé com cré, a massagem poderia ter ajudado bastante. Nhé. Buenas, boa sorte! E se você descobrir mais uma dica, avise, por favor! Te mando um email depois a respeito da massagem, acho que rende um bom post aqui no blog. beijos, clarice
Clarice… o Alzheimer é uma doença maldita que quanto mais exige de nós, familiares, menos podemos fazer. E a culpa avança em espiral. Juntar lé com cré não é nada óbvio, e além disso, tb nada garante que faria efeito… as alterações de sono do Alzheimer são difíceis de resolver.
Tô esperando o email!
Bjs
Uma hora ele vem, ahahahahaha! Sou meio lerda mesmo, mas preciso de tempo para pensar direito e escrever, senão sai tranqueira. beijos!
Meu filho tem 5 anos também. Adorei teu blog. Continue postando coisinhas interessantes para os pequenos e para nós mamães.
Meu filho nunca dormiu sozinho (e nem no colo, ainda bem). Até hoje eu tenho que ficar sentada ao lado dele na cadeira do quarto. O ritual começa com a higiene pessoal, passa pela história (pelo menos 2 todas as noites), apagar a luz e silencio. (e paciência porque ele fica brincando na cama, sons e movimentos). Eu faço voz de brava e digo “agora chega! É hora de dormir, não é hora de brincar. Fica quietinho que o soninho vai chegar. É um exercício de paciência. QUando ele está muito inquieto eu saio do quarto por alguns instantes e ele fica me chamando, solicitando minha presença. Eu digo: eu fico, mas vc tem que ficar quietinho para o soninho chegar. As vezes demora 30 minutos, as vezes apenas 5. MAs encaro isso com paciência e alegria pois sei que um dia isso vai acabar, e ele vai dormir sozinho. É tudo uma questão de tempo, certo?!
OI Germene,
que bom que você gostou do blog! Esse ritual do sono é tão legal, né? também gosto muito… beijos