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Cafuné

por Clarice Reichstul

Perfil Clarice Reichstul é formada em cinema e escreve semanalmente na Folhinha

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Estratégia nº 5.759-b: vestir-se sozinho

Por creichstul
09/05/13 07:30

Mãe e pai de filhos únicos sofrem da maldita síndrome do “mãe-me-veste-agora?” No começo é óbvio que somos nós que devemos vestir os bebês e as crianças pequenas, mas com o correr dos anos e da rotina, um dia nos vemos vestindo uns pirulões, que em pose de pachás absolutos esticam os braços para colocarmos a camiseta e só para encher, ou para nos mostrar o quanto fazemos sem precisar, fazem perna mole na hora de colocarmos a calça.

Não nos tocamos da situação limite, afinal não temos muita referência. Só percebemos quando o amigo – que é o caçula de três irmãos – vem dormir em nossa casa e nos deparamos com uma criança que se veste so-zi-nha. Também temos uma certa culpa, pois geralmente não pensamos no assunto. Vamos fazendo, e quando decidimos que a criança deve se vestir sozinha, apressamos-a porque estamos atrasados e acabamos terminando a tarefa nós mesmos, porque não aguentamos esperar a criança e o tempo dela.

Pausa para mudança de assunto, já voltamos para a questão do vestir sozinho.

Aqui em casa sofremos ainda de outra síndrome que é: “Mãe, quando-é-que-eu-posso-tomar-refrigerante?” Benjamim tem 5 anos e não rola coca-cola ou guaraná nessa administração. De vez em quando ele burla o esquema, com ou sem a conivência de um adulto (mãe inclusa nisso). Sei que não vamos conseguir segurar por muito mais tempo, sei que o “minha mãe não deixa” logo, logo perderá o prestígio que tem, as escapadas serão cada vez mais frequentes e o meu filho vai passar de criança que não bebe refrigerante (anomalia das anomalias!) para “refrigeranter”.

Me debatendo com as duas síndromes acima descritas, encontrei uma solução. Não é a coisa mais perfeita do mundo, mas é a possível, e no nosso caso, o possível é o que há em matéria de educação infantil.

Seguindo a linha dos combinados, combinei com o Benjamim que ele poderá tomar refrigerante nos finais de semana se ele se vestir sozinho. Veja bem, não é se vestir sozinho um só dia e talz, é todos os dias da semana, com pelo menos um mês do cara se vestindo todos os dias para ele ser liberado. É o famoso dois coelhos com uma cajadada só (e a vontade de escrever caixa d’água?). Conto com a preguiça do pequeno em se vestir para postergar o máximo possível a entrada do refrigerante no nosso cotidiano. E ao mesmo tempo, se ele quer ter o direito de uma criança mais velha para tomar uma soda, tem que demonstrar alguma autonomia se vestindo sozinho. Não é prêmio, é consequência, acho eu (mas a linha é muito tênue e passível de debate). E o que vocês acham? Como lidam com o refrigerante? E o se vestir sozinho?

 

 

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Comentários

  1. Decio Paul comentou em 09/05/13 at 11:16 am

    Eu lido sem radicalismos. A diferença entre remédio e veneno é a dose. Meu filho pode beber (comer, ver, crer, pensar, etc) o que ele quiser e nós só interferimos se julgarmos que existe um excesso danoso a integridade dele ou dos que nos cercam. Eu mesmo cresci bebendo litros de refrigerante por dia. Ainda hoje consumo muito refrigerante sem açúcar e conto que esclarecer e informar sem criar mitos/tabus surta o mesmo efeito que permitiu que embora meus pais fossem fumantes e não me tornasse um.

    A questão é : não ser “refrigeranter” pela pose ou por causa. Muita gente adere a este ou aquele protocolo pela construção social envolvida.

    A luz do anúncio que ilustra o post, naquela época a publicidade enaltecia as qualidades do produto (verdadeiras ou não, whatever, essa era a estratégia). Hoje vende-se o “estilo” de quem consome tal produto. Num anúncio atual, um carinha descolado de fone no ouvido e penteado arrepiado posa com a garrafa/lata na mão e um sorriso blasé/cool.

    O que procuro ensinar é que o que vale é o nosso critério pessoal, seja gosto, prazer, ideologia, etc. O que a sociedade ou as pessoas em volta acham é irrelevante.

    • creichstul comentou em 09/05/13 at 1:34 pm

      Pois é Decio, não dá para ter radicalismos. Mas eu acho que pequenininhos a gente tem que controlar sim, senão não estamos exercendo a função de pais, que é ter um pouco de bom senso quando a criança não o tem. Não por modismo nem causa. Talvez não tenha ficado claro no post, o Benjamim tem 5 anos e como toda criança normal, está questionando os limites impostos pelos pais. Alguns limites eles entendem, mas outros não e paciência. Mas vamos tentando, né?

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