Todas as noites, enquanto Penélope desfaz sua teia, Ulisses nos visita aqui em casa. Ele conta histórias de guerra e de amor, feitos grandiosos e mesquinharias odiosas. Ele mostra que até mesmo os heróis fazem burradas e que os deuses gregos, que vivem no Olimpo bebendo néctar e comendo ambrosia, são capazes das maiores crises de inveja e ciúme –fariam corar até a vilã mais encardida da novela das nove.

Calipso, a ninfa de belas tranças, insiste em nos aprisionar em sua ilha, inventando mil e um artifícios para nos fazer ficar por ali.

O deus Poseidon morre de ódio de Ulisses, que furou o único olho de seu filho, o ciclope Polifemo. E, por isso, amaldiçoou o herói a vagar pelo mundo por 20 anos antes de voltar a Ítaca (terra natal de Ulisses).

Ao longo de nossas noites lendo a “Odisseia” –na versão infantil da Ruth Rocha (ed. Salamandra, R$ 42,90)–, visitamos Esquéria, pátria dos feácios, e também a triste Troia, palco da terrível guerra narrada no livro “Ilíada”.

Ficamos sabendo como os pretendentes de Penélope fazem festas e banquetes fenomenais. Choramos com Ulisses ao reencontrar seu cão, Argo, que esperou o dono por 20 anos para poder morrer em paz.

E, aos poucos, nos aproximamos da terrível e mortífera vingança de Ulisses contra os príncipes que tentam se casar com a bela Penélope.

Mal podemos esperar para ler mais um pouco na próxima hora de dormir!