Sobre sonhos
15/06/13 00:01“Só um tapinha não dói, um tapinha! Só um tapinha não dói!” Benjamim, então com quatro anos, passava o dia inteiro cantando isso. Sempre acompanhado de um tapa na bunda de quem estivesse por perto, para o desespero da mãe metida a intelectual.
“Onde já se viu menino cantar música de tapinha?”, pensava eu, na minha ingenuidade de mãe. Somos ingênuas, principalmente com o primeiro filho. Queremos que sejam uns gênios, mini Mozarts ou mini Marie Curies. Achamos que serão os melhores, mais rápidos, inteligentes e perfeitos filhos e filhas que existem.
Tem pai que acredita que a filha vai ser atleticana, enquanto outra mãe vai colocar o filho numa dieta rígida de música clássica. Encasquetamos com umas coisas e… vixe Maria! Como é difícil abrir mão desses sonhos que sonhamos para vocês.
É que tudo o que não conseguimos ou pudemos realizar em nossas vidas queremos para vocês, filhos. Não é por mal não, viu?
Mas tratem de sonhar os sonhos próprios. No fundo, gostaríamos que fossem pessoas íntegras, que soubessem viver um pouco melhor do que nós vivemos. Só não conseguimos colocar isso em palavras.
E seguimos querendo um filho jogador de futebol, médico, cientista, músico, advogado ou dentista. É tudo bom, claro, mas quem escolhe, lá no fundo, são vocês. Vivam seus próprios sonhos que tudo dá certo no final.