Silêncio sagrado
28/09/13 00:01Em São Paulo existem várias bibliotecas espalhadas pelos bairros da cidade. Pertinho de casa, na avenida Henrique Schaumman, há uma.
Nos dias em que consigo ir até lá, a calma daquele espaço silencioso parece influenciar o resto do dia, e acabo conseguindo fazer muito mais tarefas do que de costume.
Sabe o que é entrar em um lugar onde o silêncio reina absoluto?
É uma experiência incomum para quem vive por aqui, tão acostumados que estamos a níveis de barulho tão intensos. Quando entramos na biblioteca, a ausência do som é a primeira coisa que percebemos. Primeiro, parece que estamos debaixo d’água.
Depois, vamos nos acostumando, como se encontrássemos um estado perdido, antigo, onde nada a nossa volta incomoda. Quem vai até lá está só lendo. Percorremos estantes namorando livros que não lemos ou reconhecendo velhos amigos de outrora. Cada prateleira é uma descoberta, livro inexplorado. Tem um quê de sagrado entrar em um lugar desconectado do mundo, só com um livro. Parece que perdemos essa habilidade de nos desligar da vida à nossa volta por alguns instantes.
A palavra escrita tem essa capacidade de nos levar para tantos outros lugares, e na biblioteca ela é elevada a uma potência impressionante.
Experimente um dia ir à biblioteca perto da sua casa ou à da escola. É uma viagem sem volta.