Cafunéeducação – Cafuné http://cafune.blogfolha.uol.com.br por Clarice Reichstul Mon, 18 Nov 2013 13:27:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Aplicativo sobre o corpo humano http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2013/08/19/aplicativo-sobre-o-corpo-humano/ http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2013/08/19/aplicativo-sobre-o-corpo-humano/#respond Mon, 19 Aug 2013 15:25:58 +0000 http://cafune.blogfolha.uol.com.br/?p=1123 Continue lendo →]]>

Não sou muito ligada em apps nem possuidora de um ipad, portanto não sou uma fonte confiável das últimas maravilhas da tecnologia no que diz respeito aos aplicativos para smart phones e tablets. Porém, contudo, todavia, (ainda bem que existe essa expressão “porém, contudo, todavia”, né?) de vez em quando – praticamente sempre, a gente tem que dar o braço a torcer e admitir que, poutz, como isso é DEMAIS!!!

Meu pai baixou um aplicativo em seu ipad chamado The Human Body, o primeiro produto da Tinybop, um estudio interativo que está se dedicando a produzir aplicativos infantis educativos que além de bons, do ponto de vista do conteúdo, são lindos. Lindos, lindos, lindos, esquece o drama da cafonice da Galinha Pintadinha, o horror que são os Backyardigans ou a direção de arte genérica da Angelina Bailarina. Não, isso é lindo, demais da conta.

Além de tudo, esse aplicativo apareceu em excelente hora, o Benjamim está vendo o corpo humano na escola, então dá uma super animada no assunto. O legal é que a exploração que ele propõe do corpo humano se dá em camadas, lembrando aquelas imagens cheias de transparências da Barsa ou dos antigos livros de biologia. Não tem nivel, não tem prêmio, é pura exploração do funcionamento do corpo nos seus mínimos detalhes. Kelli Anderson, que desenhou cada um dos elementos do aplicativo, tem um post super legal em seu blog a respeito do processo de produção.

 

Nos divertimos à valer! Para mostrar como o olho funciona, o aplicativo usa a câmera, mostra direitinho como a imagem é formada no fundo da retina, você pode ir aprofundando as camadas internas, é uma maravilha!

 

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Tavi Gevison http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2013/05/10/tavi-gevison/ http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2013/05/10/tavi-gevison/#respond Fri, 10 May 2013 10:30:37 +0000 http://cafune.blogfolha.uol.com.br/?p=334 Continue lendo →]]>

Se um dia eu tiver uma filha, e quando essa filha imaginária for adolescente, eu quero que  ela goste muito da Tavi Gevison. Ela é o máximo. Quando era piveta lançou um blog de moda, o Style Rookie, depois fez a revista online Rookie Mag, feita por e para adolescentes e além de tudo, é feminista. Hoje ela é uma jovem mulher que quer ver novas representações de mulheres por aí. Ela quer contradição, complexidade. E ver o video dessa menina-mulher tão jovem, sendo tão clara a respeito de questões tão fundamentais à existência feminina hoje, dá um gosto danado, dá uma sensação muito boa de que é possível sim, não é maluquice ter filhos no mundo de hoje. (Para a legenda no video, clicar no ícone na barra inferior e escolher o idioma favorito)

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(via boing boing family)

 

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02 de Abril - Dia Mundial de Conscientização do Autismo http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2013/04/02/02-de-abril-dia-mundial-de-conscientizacao-do-autismo/ http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2013/04/02/02-de-abril-dia-mundial-de-conscientizacao-do-autismo/#respond Tue, 02 Apr 2013 17:14:22 +0000 http://cafune.blogfolha.uol.com.br/?p=605 Continue lendo →]]> Hoje é o dia mundial da conscientização do autismo, disfunção que afeta a capacidade de comunicação, socialização e comportamento em uma em cada 88 pessoas no mundo. É uma patologia complexa, cuja origem pode ser relacionada a genética dos pais, condições ambientais ou mesmo problemas durante a gravidez. A maioria dos casos não é identificada cedo – talvez pela grande variedade de sintomas que a patologia apresenta, cada autista desenvolve um conjunto só seu, o que dificulta a sistematização e acesso ao diagnóstico, assim como essa mesma maioria não tem acesso a tratamentos que possiblitariam um maior desenvolvimento da criança.

De qualquer maneira,  se a chegada (ou descoberta) de uma criança autista em sua família já é um desafio grande (que tem dores e alegrias próprias), penso que uma das coisas mais complicadas (olha que eufemismo) é a convivência na escola e em outros ambientes fora de casa. Vivemos numa sociedade em que o diferente geralmente é tratado como errado, feio, vergonhoso. Vemos isso diariamente em todas as searas que envolvem questões de direitos humanos – da pauta LGBTT x Fanatismo Religioso, xenofobia, misoginia, “pobrefobia”, racismos dos mais diferentes estilos.

Aprendemos desde cedo a não respeitar as diferenças,  a não aceitar tempos diferentes dos nossos, a não ouvir o que o outro tem a dizer, aprendemos que o certo é nos adequarmos ao esperado, ao normal. Mas já aqui estou viajando e não me atendo ao ponto inicial, talvez porque ainda não escrevi nada sobre a mobilização contra o deputado Feliciano como presidente da comissão dos direitos humanos no parlamento e o que isso tem a ver com os nossos filhos e filhas.

Mas voltando ao assunto inicial, falta informação para todo mundo sobre o autismo, principalmente para quem está à volta. Porque as famílias de autistas são de uma maneira ou de outra obrigadas a buscar algum tipo de informação ou mesmo a aprender na marra como se convive. Mas e o resto? Só tolerância (apesar de eu odiar o termo – sempre me parece que tolerar é aguentar uma coisa de que não gostamos) é o suficiente? É um começo, vá lá. Mas é pouco. É pouco porque não ensina a conviver. E se o autismo é uma patologia que atinge principalmente a questão da convivência e a comunicação, ao não conviver não acabamos agravando a situação?

 

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Meninas de Exatas http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2013/01/22/meninas-de-exatas/ http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2013/01/22/meninas-de-exatas/#respond Tue, 22 Jan 2013 13:20:06 +0000 http://cafune.blogfolha.uol.com.br/?p=389 Continue lendo →]]>

Não deixem de ler a coluna escrita por Cássio Leite Vieira no caderno Equilíbrio da Folha de hoje. Ele fala da propensão natural feminina à ciência em geral e da visão preconceituosa de que ciência é uma coisa para meninos. Inspirada pela coluna, vai aqui uma seleta de links sobre mulheres e meninas na área científica:

http://science-girl-thing.eu/pt

Teaching for the Future: Steering girls to science

Girls And Science Camp

As Meninas e o Futuro da Ciência
Matemática é para meninos. É mesmo?

(foto de Mileva Maric, matemática e física e por último esposa de Einstein, uma das personagens da coluna de Cássio Leite Vieira)

 

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Que no ano novo... http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/12/29/que-no-ano-novo/ http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/12/29/que-no-ano-novo/#respond Sat, 29 Dec 2012 02:01:35 +0000 http://cafune.blogfolha.uol.com.br/?p=342 Continue lendo →]]> Para o ano novo, desejo para vocês muitas brincadeiras na lama, caçadas de tesouros escondidos na rua, expedições a bairros que não conhecem, uva na chuva, bolos e biscoitos feitos com seus pais.

Muitos tombos de bicicleta e skate, chás da tarde com bonecas, bichos de pelúcia e bonecos do Max Steel; praia, piscina e rio no calor. Mas quando não der pra fazer nada disso, pelo menos um banho de mangueira ou regador.

Que no próximo ano vocês façam uma horta -mesmo que seja em latas de molho de tomate- e inventem histórias de princesas piratas e reis costureiros. Quem não souber, que aprenda a arrumar a própria cama e a cozinhar pelo menos uma comida gostosa, uma coisa que possa oferecer aos outros.

Desejo que quem nunca tenha reparado perceba a grande maravilha escondida nos livros. Sério. Espero que vocês descubram a delícia que é ficar alheio ao mundo, mergulhado numa história daquele jeito que não escuta nem o pai chamando para o jantar.

Que vocês ajudem a criar praças onde elas não existem, para poder brincar de pular corda, esconde-esconde, pega-pega, cabra-cega e futebol. Que aprendam a fazer filmes superdivertidos usando a câmera do celular do irmão mais velho, que escutem música de todos os tipos e que pratiquem a tolerância.

Estamos precisando muito disso. E, já sabem, é com vocês que as coisas mudam!

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André, Bruno e Diego http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/12/06/andre-bruno-e-diego/ http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/12/06/andre-bruno-e-diego/#comments Thu, 06 Dec 2012 15:59:32 +0000 http://cafune.blogfolha.uol.com.br/?p=272 Continue lendo →]]> Quando uma criança nasce, seja menino ou menina, geralmente pais e mães querem o melhor do mundo para ela. Na medida do possível, os genitores vão fazer tudo o que podem para prover alimentação, a melhor educação que seu dinheiro possa pagar, enfim, prover chances reais de desenvolvimento e sucesso na vida futura dessas crianças. Hoje vou falar especificamente de meninos, não de meninas.

A questão de gênero se faz presente muito cedo, existe uma preocupação em que bebês meninos sejam meninos, então em roupas, decoração de quarto e apetrechos, tudo, tudo mesmo remeta a um universo supostamente masculino: azul, carrinho, avião, urso com roupa de homem.

Apesar desse esforço sobre-humano para que cada gênero fique no seu gênero e consequentemente criemos filhos heterossexuais, existe uma verdade que pouca gente percebe, que a orientação sexual de qualquer pessoa não tem muito a ver com o gênero dela, afinal, um homem másculo pode gostar de outros homens másculos, mulheres femininas podem gostar de mulheres femininas como o contrário ou mesmo um homem mais efeminado pode gostar de uma mulher extremamente feminina, enfim, as combinações podem ser muitas e variadas.

E, felizmente, os relacionamentos afetivos acontecem por conta de muitos outros motivos, que não o dessa obsessão por azul para meninos e cor de rosa para meninas. Ao longo da vida dessas crianças, elas vão aprendendo que ser bicha é errado, ser preto é ruim, mulher é menos que homem e mais um monte de porcaria. Como elas aprendem isso? Assim: “Não chora que isso é coisa de mulherzinha!”, ou ” Larga mão de ser viadinho e vem jogar”, “Ah Dona Maria! Mulher não presta no trânsito mesmo!”, “Eu lá quero macaco na minha família?”, “Vai casar com esse preto, minha filha?”

É tristemente curioso perceber que todos esses preconceitos estão tão internalizados em todos nós que não nos damos conta. Usamos adjetivos que deveriam ser apenas descritivos de maneira pejorativa. Você já reparou nisso? Vira e mexe, todo mundo solta um, a autora aqui do texto inclusive. A Claudia Wonder, que foi uma figura muito importante para a luta dos direitos humanos na cidade de São Paulo, e sim, ela era uma travesti, dizia que todo dia tinha que lutar com o seu próprio preconceito internalizado, porque se todos os travestis pudessem escolher, é óbvio que prefeririam ser heterossexuais, ou no máximo  bichas masculinizadas, não efeminadas, pois a vida seria muito mais fácil.

Mas aí eu me pergunto que tipo de filho eu gostaria de ter. E que tipo de filho os outros gostariam de ter. Filho que bate em mulher? Filho que bate em bicha? Filho que queima mendigo? Filho que mata preto? Porque na hora em que temos tantos desejos para esse futuro de nossos filhos,  quero crer que ninguém quer um filho assim. Mas ao mesmo tempo, quando não olhamos para os nossos preconceitos com honestidade, falamos que tudo isso escrito acima é legal, legítimo, válido.  Que problema tem em dar um tapinha educativo de vez em quando? Que problema tem em chamar o outro de mulherzinha porque está com medo de pular do muro? Que problema tem em xingar o outro de viadinho porque ele não quer jogar? Que problema tem em dizer que esse trabalho é tão ruim que é de preto?

Quer saber quais são os problemas? São esses: quando batemos em nossos filhos ensinamos que não é covardia bater no mais fraco, quando chamamos o outro que está com medo de mulherzinha estamos ensinando que mulheres são medrosas e menos que machos, quando xingamos uma pessoa de viadinho estamos ensinando que a orientação sexual dela (que não tem nada a ver com a nossa vida) é pior do que a nossa, quando dizemos que trabalho de preto é ruim reproduzimos a lógica nefasta do tempo da escravidão no nosso dia-a-dia e assim ensinamos aos nossos filhos que quanto mais branco eles forem, melhor.

São esses os problemas.

E isso gera Brunos e Diegos como os dois rapazes que espancaram o André Cardoso Gomes Baliera há dois dias atrás em Pinheiros. E os pais desses dois caras deveriam colocar a mão na consciência e se perguntar onde é que eles erraram. Porque erraram feio. Onde já se viu bater em gente que não conhece? Isso lá é coisa que se ensine em casa? Caso os pais do André tenham se decepcionado em algum momento pela orientação sexual de seu filho (e isso é muito comum), espero que hoje revejam seus conceitos e preconceitos. Ser uma pessoa de bem independe de gênero e orientação sexual, mas sim de se ter o respeito pelo outro, pelo diferente.

 

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Religião e crianças http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/11/29/religiao-e-criancas/ http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/11/29/religiao-e-criancas/#comments Thu, 29 Nov 2012 22:08:11 +0000 http://cafune.blogfolha.uol.com.br/?p=248 Continue lendo →]]>  

Ultimamente tenho me indagado sobre como as crianças são apresentadas à religião. Não vou entrar aqui no mérito de qual religião (ou não) os pais seguem, mas a questão é: como é essa entrada no universo do sagrado? Ela é necessária? Como ela se dá? De maneira lúdica ou dogmática? As crianças tem uma dimensão real desse assunto? Ou isso não importa?

Não tenho nenhuma resposta para essas questões. Tenho algumas ideias à partir de algumas conversas que tive e situações que observei. A primeira é que a religião pode realmente ser um refúgio para alguém numa situação de solidão e abandono, e isso pode acontecer até com as crianças. A segunda, é que muita desgraças desses mundo são perpetradas em nome dela. Uma coisa que eu vejo em casa é que a ideia de algo maior cai bem, quero dizer, ajuda, talvez não a explicar mas a deixar um pouco menos distantes coisas que o Benjamim não entende direito. Mas até aí, são tantas as coisas que ele não entende ainda (e tantas outras que eu acho que ele não entende, mas é óbvio que ele saca), que a religião não vai ser a resposta para isso. Nem a não-religião. Eu cresci numa casa laica, de um pai judeu e uma mãe protestante não praticantes e bem ateus, escolhi me converter ao judaismo aos 13 anos e com o tempo, na bem da verdade, acabei não acreditando muito em nada. Nem mesmo numa noção mínima necessária de sagrado.

E às vezes eu me pergunto se eu perdi alguma coisa. É bem possível que sim. Para azeitar o samba do criolo doido daqui de casa, o pai do Benjamim é de uma família católica não praticante, então, realmente, religião, apesar de várias aqui no nosso terreiro, não é o forte. E como é que é na casa de vocês? É uma questão? Não? Vai no automático? É pensado?

Acho que o assunto merece mais posts e questionamentos, espero que gere uma boa discussão aqui nos comentários. Sem ódios e intolerâncias religiosas, por favor!

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Ídala da semana http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/11/27/idala-da-semana/ http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/11/27/idala-da-semana/#respond Tue, 27 Nov 2012 03:49:06 +0000 http://cafune.blogfolha.uol.com.br/?p=242 Essa menina de 14 anos inventou um método de filtrar e purificar água ativado por energia solar, seu projeto ganhou o campeonato de jovens cientistas promovido pela 3m nos Estados Unidos. Ela é a minha “ídala” da semana.

(via BoingBoing)

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5 coisas perigosas que deveríamos deixar as crianças fazerem http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/11/25/5-coisas-perigosas-que-deveriamos-deixar-as-criancas-fazerem/ http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/11/25/5-coisas-perigosas-que-deveriamos-deixar-as-criancas-fazerem/#respond Sun, 25 Nov 2012 03:36:01 +0000 http://cafune.blogfolha.uol.com.br/?p=234 Continue lendo →]]>

Dentro da conversa do faça você mesmo, vai aqui uma provocação. Num mundo tão preocupado com a segurança das crianças (não no quesito violência, mas mais na seara das coisas perigosas do nosso cotidiano, dos acidentes domésticos), como ensinamos a elas a mexer com fogo, faca e outras coisas? Para se pensar, muito.
P.S. no site oficial do TED, tem a transcrição desse video em diversas línguas, em português brasileiro também, é só olhar lá, vale muito a pena!

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Frankenweenie, uma história de terror no cinema http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/11/20/frankenweenie-uma-historia-de-terror-no-cinema/ http://cafune.blogfolha.uol.com.br/2012/11/20/frankenweenie-uma-historia-de-terror-no-cinema/#comments Tue, 20 Nov 2012 12:40:07 +0000 http://cafune.blogfolha.uol.com.br/?p=200 Continue lendo →]]>

Ontem, no meio do feriado prolongado, resolvemos ir ao cinema. Apesar da oferta relativamente grande de filmes infantis em cartaz (mais de 4!), no horário que queríamos, que era as 18 horas, e perto de onde estávamos, só estava passando o filme novo do Tim Burton, o Frankenweenie em 3D.

A classificação indicativa era de 10 anos, e eu, mãe moderna que não acredita nesse tipo de coisa antiga como classificação indicativa, resolvi passar por cima, afinal, o meu filho, de 4 anos, é louco pelos filmes de super heróis, cuja classificação indicativa sempre é por volta de 12 anos ou mais e ele gosta muito do “Estranho Mundo de Jack”, filme que não é dirigido pelo Tim Burton mas é baseado em seus personagens e produzido por ele mesmo.

Bom, fui uma jênia, com J mesmo de tão tonta. Deu tudo errado. Entramos no cinema, cada um com seu óculos 3D. No começo estava todo mundo bem, comentários durante os trailers do tipo “olha que legal! parece que dá para pegar a água que espirra da tela!” ou “ai, o trenó vai bater em mim!” nos deram a impressão que desta vez o 3D rolou, que as crianças finalmente entenderam como funcionava e estavam gostando.

O filme começou: preto-e-branco, sombrio, a música mais soturna. Os meninos começaram a ficar inquietos na cadeira. Lá para a metade do filme, um deles falou: “Quero ir embora, estou com medo”. Os outros dois rapidamente concordaram, e eu e o pai de um deles demos mãos para cada um, colocamos no colo dizendo que a parte do medo ia passar. Mais um pouco, e rola um “estou com MUITO medo, vamos embora?” Aí não deu mais para segurar, saímos rapidinho da sala de cinema, na metade do filme.

Moral da história? Às vezes, a classificação indicativa tem um porquê e tendemos a achar isso uma babaquice. Falo isso por mim, mas sei que vários pais e mães também crêem que sabem o que é o melhor para seus próprios filhos e que não precisam de indicação etária ou que já são crescidos o suficiente para assistir o que quiserem. Também não estou dizendo que não sabemos de nada e que temos que seguir fielmente o que nos dizem.

Eu estava achando o filme um amor, adorando as referências a filmes de terror antigos, tão camp e kitsch que não dá para (um adulto) ter medo, a animação de bonecos é primorosa, enfim, é tudo muito lindo. Mas eu caí no erro crasso de usar o meu gosto e conhecimento como padrão para meninos de 4 anos. Não usei o meu bom senso, fui completamente sem noção.

E aí eu me pergunto o quanto de noção a gente tem na hora de escolher ou deixar escolher os filmes a se ver. Honestamente? Não tenho a menor idéia. Não vou entrar aqui na questão da violência ou da sexualização da infância em si (assuntos que rendem infinitos posts, textos e discussões), mas na noção dos pais no que tange: 1. o que as crianças aguentam e podem ver e 2. o quanto nos ocupamos realmente disso.

Está lançada a pergunta. Como é que vocês fazem em casa?

 

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