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Cafuné

por Clarice Reichstul

Perfil Clarice Reichstul é formada em cinema e escreve semanalmente na Folhinha

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Kung fu

Por Folhinha
04/05/13 00:01

No salão vazio, o sol entra pelas janelas. Uma menina e um menino treinam kung fu. O ambiente é silencioso e calmo, mas, mesmo assim, eles fazem palhaçadas para a professora entre um golpe e outro. Ela não ri, tampouco faz cara feia, tratando-os com seriedade e ternura.

Poucas vezes na minha curta vida de mãe vi crianças serem levadas tão a sério. A cada chute ou sequência acertados, a professora olha seus alunos com aprovação, e o efeito do seu olhar é sentido mesmo por quem assiste à aula de longe.

E lá voltam os dois a executar o kati (sequência de movimentos e golpes que são a base do ensino do kung fu) –o primeiro sai mais ou menos, o segundo, bom, e o terceiro, bem melhor. Nenhum dos dois está competindo; eles estão praticando. E uma coisa é tão diferente da outra, né? Cada nova sequência é uma vitória sobre a anterior, melhor, mais acertada.

Penso com meus botões em como esse ambiente é muito distinto do que se imagina ou se propõe hoje em dia para crianças e adultos: sempre é preciso ter música, barulho, cor e diversão para valer. Parece que ninguém aguenta ou pode ficar quieto e concentrado –como se o silêncio fosse a morte e não apreciação do estar vivo.

Ao sair da sala, as crianças fazem uma reverência às fotos dos mestres daquela escola, que estão na parede, e, rindo, correm animadas para encontrar a mãe.

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Comentários

  1. Rafael Beltrame comentou em 06/05/13 at 8:50 am

    Muito bem dito. Parece que é preciso preencher o silencio com algo, quando na verdade, o silencio é um espaço para nós mesmos, nao precisa ficar “ocupado” pelo externo.

    Testemunho essa cena acima a muitos anos, e digo que não poderia ser mais verdadeira

  2. Rosa Amaral comentou em 06/05/13 at 12:14 pm

    Muito bem observado o trabalho e a postura da professora. No silencio existem muitos sons. O difícil é acalma-los…uma arte a se aprender, e que poucos conseguem.

  3. Anibal Tanus comentou em 06/05/13 at 2:11 pm

    excelente!

  4. Alexandre Magno comentou em 06/05/13 at 5:49 pm

    Parabéns!!!

  5. Alex Santos comentou em 06/05/13 at 6:13 pm

    muito bom, mas corrigindo as formas/rotinas são chamados de taolu ( mandarim) ou chuen tou/kuen tou em cantones, o termo kati foi criado pelo Chan, Lop e espalhado pelo Li Wing Kay para tentar facilitar a compreensão dos brasileiros mas foi um erro do passado.

    • creichstul comentou em 07/05/13 at 12:11 am

      Alex, a professora disse kati, eu repito kati, não vou mudar o que ela me falou… Acho que pode ser justamente por conta dela ser filha do mestre Chan, não sei. Mas não me sinto à vontade para trocar ou corrigir o que ela me disse quando eu não tenho o menor conhecimento de causa. abs, Clarice

      • Rafael Beltrame comentou em 07/05/13 at 3:07 pm

        o termo esta correto, nao se preocupe. existe mais de uma forma de se dizer a mesma coisa me nossa lingua, por que nao seria assim nas outras? parabens pelas palavras, irei imprimir e deixar aqui na minha academia

  6. Arion comentou em 06/05/13 at 11:12 pm

    Que texto incrível. Deu vontade de ver a aula dessas crianças.

  7. Luiz Carlos comentou em 07/05/13 at 10:09 pm

    ótimo texto. Parabéns!

  8. Silmara Santos comentou em 08/05/13 at 6:50 am

    Parabéns, conseguiu captar a verdadeira essência da doutrina, e o que realmente tem valor para quem entende o que é treinar Kung Fu

  9. Carlos Gouveia comentou em 08/05/13 at 8:18 pm

    Minha filha pratica Kung Fu em Recife com Júlio Kushida, aluno do Mestre Chan, ela relatou a mesma sensação, sendo que corre e encontra o pai… que pratica Tai Chi na mesma escola.

  10. bruna comentou em 11/05/13 at 4:43 pm

    kung fu para crianças (e adultos) é tudo de bom!

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